"Quero morrer", disse maquinista
Segundo a agência Europa Press, que cita fontes da investigação, quando teve noção das consequências do acidente ferroviário, no âmbito das primeiras conversas sobre as possíveis causas do acidente, Francisco José Garzón disse: "quero morrer".
Natural de Monforte de Lemos, com 52 anos, com três décadas de experiência ao serviço da Renfe, o maquinista do comboio que fazia a ligação entre Madrid e Ferrol encontra-se ainda internado no Hospital Clínico de Santiago, onde levou nove pontos, segundo o jornal 'Voz de Galicia'.
Sob custódia policial, passou a noite no hospital acompanhado pela mãe e, contactado por telemóvel por este jornal galego, recusou-se a fazer comentários. Questionado sobre o seu estado anímico respondeu apenas: "Imagine como estou!"
Separado e sem filhos, segundo escreve ainda o site do diário galego, o maquinista do comboio acidentado reconheceu que seguia a 190 Km/h numa curva em que o limite máximo de velocidade era de 80 Km/h.
Além das comunicações por rádio que manteve após o acidente, o próprio maquinista reconheceu que ia em excesso de velocidade numa conversa com o delegado do governo espanhol na Galiza, adianta, por seu lado, a agência Efe.
"Descarrilei, o que vou fazer agora, o que vou fazer", foram as palavras do maquinista Francisco José Garzón, numa conversa telefónica logo após a tragédia.
O maquinista vai ser ouvido pela polícia, acompanhado de um advogado, segundo o Tribunal Superior de Justiça da Galiza, diz a agência Lusa. Foi constituído arguido.